"Poesia não compra sapatos, mas como andar sem poesia?"

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

O meu mural do que ficou para trás...

Esses são os momentos que ficaram para trás,
mas...

"As coisas que se foram não desaparecem do mapa...
 (Guilia, Amandinha, Joanna, Rafa e Giza)

Não viram pó, não evaporam no ar...
 (Vitória, Déborah, Tauany e Ângela)

Como barcos ancorados na calmaria do cais...
(Jordana, Laura e Eduarda) 

Estão fundeadas aqui...
 (Mário, com sua pose de pensador)

(Maria Paula, com seu sorriso encantador...) 

 (Marina e Fernanda)

(Ana Paula e Carolaine)

NO MUSEU DO QUE FICOU PRA TRÁS...


Os leitores viram... POETAS!

Queridos alunos e visitantes!

Após algumas semanas de ausência, retorno ao blog para compartilhar as últimas experiências vivenciadas em nossa Oficina Literária. Os nossos leitores, nas duas últimas aulas, produziram os seus próximos poemas! O resultado, sem dúvida, foi excelente! Fiquei emocionada com o empenho de cada participante e, principalmente, com o amor que cada um depositou nesta tarefa!

São vários os poemas, são vários os poetas... Hoje, apresento as produções dos seguintes alunos: Felipe, Marina, Gizela e Maria Paula. Logo mais, compartilharei as criações dos demais participantes. Dessa forma, poderão ler um a um com a atenção merecida!

Infanciazinha, de Felipe Antônio Bottin 

 Um novo começo, de Gizela Rui Busatto

 Um outro olhar, de Maria Paula Coser Zamin

Mergulho, de Marina Camargo Lunardi

Aproveito o momento para AGRADECER a cada aluno pelo encanto que trouxe para minha vida durante este período! Ficarei com saudades...
Parabéns pelos LINDOS POEMAS produzidos! Um beijo em seus corações...

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Um olhar para o passado

No último encontro da Oficina, ocorrido em 04 de novembro, refletimos sobre o que é crescer e cada um recordou momentos importantes da sua história. Falando em crescer, olhem quem esteve presente nessa aula:


Isso mesmo! A Turma da Mônica Jovem! Assim como todos nós, eles também cresceram e mudaram algumas coisas em suas vidas. Como diz a líder dessa turminha, "mudar uma ou outra coisa na vida é superimportante para o nosso crescimento". Os participantes da Oficina leram algumas histórias de Mônica, Magali, Cascão e Cebolinha e, depois,  destacaram como esses personagens eram quando pequenos e o que eles apresentam de diferente nessa nova edição do gibi. Essa discussão introduziu a leitura do poema Quando eu era pequenino, de Sérgio Capparelli, retirado do livro 111 poemas para crianças:

Quando eu era pequenino
Quando eu era pequenino
Minha mãe me dava leite,
Mas agora que sou grande
Minha mãe me dá porrete.

Quando eu era pequenino
Vivia de pernas pro ar,
Mas agora que sou grande
Só me mandam trabalhar.

Quando eu era pequenino
Vivia a jogar bola,
Mas agora que sou grande
“Menino, vá pra escola!”

Quando eu era pequenino
Meu pai me dava doce,
Mas agora que sou grande
Doce que era doce, acabou-se.

Quando eu era pequenino
Comia o peito e a coxinha,
Mas agora que sou grande
Só como o pé da galinha.

Quando eu era pequenino
Todo mundo me dava beijo,
Mas agora que sou grande
A vaca já foi pro brejo.

MUUUUU!


Após a leitura, compreensão e interpretação dessa divertida poesia, cada participante foi convidado a criar uma ou mais estrofes para ela. Abaixo, seguem as produções da garotada:

Quando eu era pequenino
Só gostava de brincar
Mas agora que sou grande
Só penso em namorar!
Melina, 6ª série

Quando eu era pequenina
Vivia a sonhar
Mas agora que sou grande
Esses sonhos em prática preciso colocar
Maria Paula, 5ª série

Quando eu era pequenina
Me davam de comer
Mas agora que sou grande
Só me mandam escrever
Amanda, 5ª série

Quando eu era pequenino
Adorava bagunçar
Mas agora que sou grande
Só me resta arrumar
Carolaine, 7ª série

Quando eu era pequenino
Eu era inocente
Mas agora que sou grande
Não me sinto nada contente
Rafaela, 7ª série


Quando eu era pequenino
Vivia a brincar
Mas agora que sou grande
Só penso em trabalhar
Tauany, 6ª série

Quando eu era pequenino
Meu pai vinha me abraçar
Agora que sou grande
"Garota, vai estudar"
Jordana, 5ª série

Essas são apenas algumas produções da turma! TODOS estão de parabéns pela criatividade e pelo envolvimento com essa tarefa!

Na próxima postagem, apresentarei fotos do álbum que cada um fez sobre aquilo que ficou para trás em sua vida, atividade proposta a partir da leitura do poema Museu do que ficou para trás, de Alexandre Brito.

E amanhã é o penúltimo encontro da nossa Oficina: adianto que é chagada a hora de nossos leitores serem os poetas.

Um abraço a todos:
Maura.

domingo, 30 de outubro de 2011

"Sonhar: um olhar para o futuro"

O quarto encontro da nossa Oficina foi muito especial: pensamos, discutimos e refletimos sobre os nossos sonhos (não aqueles sonhos que temos enquanto estamos dormindo, mas sim os que cultivamos de olhos abertos!). Para realizar esse trabalho, lemos diversas poesias que falam sobre o mar ou atividades e objetos a eles relacionados; a seguir, todos produziram um barquinho de papel, imaginando de onde e para onde ele iria, o motivo pelo qual ele estaria no mar, o que ele estaria carregando em seu interior, como estariam as ondas do oceano, etc. Todas essas atividades culminaram com a leitura do poema Canção, de Cecília Meireles:  

Canção

Pus meu sonho num navio
e o navio em cima do mar;
- depois, abri o mar com as mãos,
para o meu sonho naufragar.

Minhas mãos ainda estão molhadas
do azul das ondas entreabertas,
e a cor que escorre dos meus dedos
colore as areias desertas.

O vento vem vindo de longe,
a noite se curva de frio;
debaixo da água vai morrendo
meu sonho, dentro de um navio...

Chorarei quanto for preciso,
para fazer com que o mar cresça.
e o meu navio chegue ao fundo
e o meu sonho desapareça.

Depois, tudo estará perfeito:
praia lisa , águas ordenadas,
meus olhos secos como pedras
e as minhas duas mãos quebradas.

MEIRELES, Cecília. Canção. In:__ Cecília de bolso / Cecília Meireles; [organizador Fabrício Carpinejar]. Porto Alegre: L&PM, 2008, p. 31-32.


Lemos, compreendemos e interpretamos o poema acima, o que permitiu aos alunos da Oficina refletirem sobre questões de suas próprias vidas. A partir de Canção, também discutimos novos recursos poéticos: a comparação e a repetição de um som. Vejamos como esses recursos se apresentam no poema:

1) COMPARAÇÃO:
"Meus olhos secos como pedras"

O poema compara os olhos secos com pedras, utilizando, para isso, a palavra como. Assim, os "olhos secos" foram aproximados do objeto "pedras", sugerindo a dureza do momento em que o sonhador desiste do seu sonho e, ainda, indicando que ele já chorou o suficiente, não havendo mais lágrimas a derramar (conforme as próprias palavras de meus alunos).

2) REPETIÇÃO DE UM SOM:
"O vento vem vindo de longe"

A partir do verso anterior, os alunos puderam perceber que o som que nele se repetiu foi o de "v", o qual tenta imitar o som do vento, elemento que aparece presente no poema. A repetição de sons também ocorre nos trava-línguas, com os quais fizemos uma atividade muito divertida: a de lê-los em diversos ritmos.

Por fim, assistimos a um trecho do filme À procura da felicidade (2006) e confeccionamos a Árvore dos Sonhos: entreguei a cada aluno o desenho de uma folha, na qual eles deveriam registrar os sonhos e desejos que cultivam. Diante das folhas prontas, nos dirigimos ao jardim da Casa da Cultura e todos penduraram suas folhas nos galhos das árvores. Esse gesto, apesar de simbólico, representou o plantio dos sonhos de cada participante da Oficina: seus desejos são como árvores que necessitam ser regados com dedicação e empenho para que cresçam e se tornem reais. Foi uma atividade muito emocionante e o resultado pode ser conferido abaixo:

 Alunos da Oficina ao lado da Árvore dos Sonhos

 Os sonhos da Maria Eduarda: "Meu sonho é um dia ainda voltar para Lajeado e voltar a patinar ou ser arquiteta".

 Os sonhos da Maria Paula: "Meus sonhos são ter muito sucesso na vida; ser artista; designer de moda; e modelo. Mas também gostaria de ser arquiteta".

Os sonhos da Fernanda: "Ser médica, artista, muito feliz".

Fico emocionada diante de um encontro tão bonito como este que acabo de descrever. Para finalizar a postagem de hoje, transcrevo um trecho da música Mais uma vez, de Renato Russo:

"QUEM ACREDITA, SEMPRE ALCANÇA!"


domingo, 23 de outubro de 2011

Mais listas de coisinhas

Nesta postagem, continuo publicando as listas poéticas produzidas pelos alunos da Oficina, proposta que apresentei anteriormente aqui no Blog.

Vamos apreciar as listinhas abaixo?

COISINHAS À TOA QUE DEIXAM A GENTE FELIZ
Tauany Vendramin, 6ª série

Ganhar uma boneca, jogar peteca, brincar com geleca.
Ir na vovó e ver seu xodó.
Brincar de esconde-esconde, andar de bonde.
Deitar no gramado, comer melado sem ficar calado, ser muito amado, ter um professor aloprado, ser enfeitiçado, ter um amigo envergonhado, e, ainda por cima, comer um caramelado diversificado.
Fazer um poema engraçado...



GOSTOS E SABORES
Mário Henrique Bolsoni Rampon, 7ª série

Detesto quando minha mãe quer tirar meus cravos, adoro iogurtes da Batavo...
Não gosto do Internacional, mas curto um Grenal.
Tenho loucura por chocolate, sou um gaúcho que gosta de mate.
Nunca andei de bonde, gosto da fruta-do-conde.


COISINHAS DE CRIANÇA
Felipe Antônio Bottin, 6ª série

Pular no colchão, rolar no chão, comer brigadeirão.
Inventar brincadeira, subir na prateleira, assaltar a geladeira.
Fazer trapalhada, comer coisa gelada, ir dormir de madrugada.
Dançar, cantar, gritar.
Rir, dormir, sorrir.
E quem gosta de mim, termina o poema assim. Fim.


COISAS QUE ME DEIXAM ALEGRE
Laura Zorzi Salvalaggio, 5ª série

Conversar no recreio, fazer um passeio, ir a um torneio.
Ficar no computador, ter um grande amor, dias de calor.
Jogar futebol, voleibol, handebol.
Comer chocolate, beber um Kuat, saborear um mate.

UMA DÚZIA DE COISINHAS À TOA QUE DEIXAM A GENTE FELIZ
Fernana Minozzo, 6ª série

Sorvete gelado, pneu furado, carro lavado.
Ovo choco, chiqueiro cheio de porco.
Sábado com linguiça, domingo tem missa, segunda com preguiça.
Sorveteiro solteiro, padeiro procurando dinheiro, banqueiro estrangeiro.

O MEDO
Joanna Passos de Moraes, 5ª série

O medo de gato em cima do muro.
O medo do fantasma no escuro.

O medo de gente que não tem amor.
O medo num filme de terror.
O medo nos gritos de pavor.

O medo de assombração.
O medo da bruxa que anda num avião.


COISINHAS QUE NOS DEIXAM COM MEDO!
Angela Andretta, 6ª série

Gato no telhado, castelo mal assombrado.
Barulhinho no chão, vozes na escuridão.
Vento batendo na janela, gato batendo na panela.
Alma penada, Zilli mau humorada, titio sem namorada, professora estressada, amiga mal amada.


COISINHAS MALUCAS QUE ME DEIXAM FELIZ
Rafaela Salvalagio Comachio, 7ª série

Passear com os amigos, inimigos queridos, dar comida aos mendigos.
Assistir a televisão, dar as mãos, tomar chimarrão.
Andar pela floresta, ir a uma festa, olhar pela fresta.
Fazer uma viagem, comer vagem, ser selvagem.
Ir ao dentista, andar com o taxista, ser frentista.
Ir ao mercado, jogar o dado, dar o recado.
Ser elegante, como um elefante; inteligente, como a gente.
Bom dia, titia, vou à padaria buscar guloseimas, bolo em fatia. 
Lágrimas de emoção, com o diploma na mão, pelo esforço e dedicação.
Olhar a paisagem, comprar passagem, fazer filmagem.
Prestando atenção, tocando violão, na dança de salão.
Vamos pessoal, pular carnaval na avenida do Pasqual.
Alegria, ao ler poesia, em forma de fantasia.
Pedir perdão do seu ancião, com emoção.
O povo resiste à maldade, com a luz da verdade, a sinceridade.
Um rosto bonito, sorriso bendito, com Santo Expedito.
Sou simples assim, trago em mim a beleza do jardim.
Quero aprender tudo certo, num livro aberto, lendo de perto.
Sou verso e canção, no coração, verdade e ilusão.
Primavera exuberante, milhões de abelhas retirantes do mel adoçante.
Alegria futura, flor madura, semente na terra dura.
Certo e feito, com direito, texto eleito.


ALEGRE =
Eduarda Zilli Dall´Agnol, 6ª série

Comer chocolate, tomar um mate, junto com abacate.
Passear na mata, encontrar uma pata, comer picolé de nata.
Bater a panela, abrir a janela, ficar amarela. 

Logo mais, irei postar as listas poéticas daqueles que não puderem ir a alguns de nossos encontros. Outra vez, aproveito a oportunidade para parabenizar cada produção feita por vocês, alunos! Fico orgulhosa com a criatividade e a disposição de todos.
A experiência da Oficina está sendo maravilhosa para mim: espero que sintam o mesmo!

Beijo grande em seus corações!

Obs: nos últimos dias, tive problemas para acessar o Blog e, por isso, estou publicando as listinhas poéticas somente hoje. Peço para que continuem acompanhando esta página: na próxima postagem, que será feita ainda esta semana, irei contar como foi o nosso quarto encontro!
 
 

Listas de coisinhas à toa

Olá, turminha da Oficina e visitantes do blog!

Nas próximas postagens, irei apresentar as produções poéticas de meus alunos. Eles foram convidados a criar um poema construindo uma lista de coisinhas simples do dia a dia com as quais se identificassem, tal como fez Otávio Roth em Duas dúzias de coisinhas à toa que deixam a gente feliz. Todos deveriam utilizar o recurso poético estudado no segundo encontro: a rima. Eles puderam escrever coisinhas à toa que os deixam felizes, alegres, tristes, entediados, chateados, ansiosos, com saudades, com medo, etc.

Vamos conferir o resultado? Boa leitura e... divirtam-se!!!



18 COISINHAS BOBAS QUE ME DEIXAM FELIZ
Vitória Helen Pietta, 7ª série

Deixar da solidão, macumba com a mão, comer pão.
Chupar pirulito, comer Doritos, dar um grito.
Tomar Coca-cola, tacar fogo na escola, jogar bola.
Receber um abraço, dar um passo, sonhar com palhaço.
MSN de papel, andar de carrossel, ganhar um anel.
Casa florida, viver a vida, chorar na despedida!


COISINHAS QUE ADORO FAZER
Marina Camargo Lunardi, 7ª série

Me olhar no espelho, apertar meu coelho, falar com minhas amigas que usam aparelho.
“Pintar o sete”, comer espaguete, andar de patinete.
Cantar no chuveiro, subir no abacateiro, cortar o limoeiro.
Me apaixonar, na piscina nadar, não parar de dançar até a rima acabar.


AS 17 COISAS QUE ME DEIXAM J
Deborah Lunelli, 6ª série

Pães quentinhos nos pratos
Uma lagoa cheia de patos
Pessoas calçando sapatos.

Gato na janela
Comida na panela
Ver “ele” junto com “ela”.

Muita gente contente
Comer cachorro-quente
Pessoas usando a mente.

Um beija-flor beijando a flor
Uma rosa com amor
O mundo cheio de cor
Uma música compor
E ninguém sentindo dor.

Todo mundo tendo um lar pra morar
Pessoas nadarem no mar
E com isso o mundo mudar.


COISINHAS QUE ME DEIXAM FELIZ
Vanessa Von Müller da Silva, 6ª série

Ouvir seu coração, cantar uma canção, fazer uma boa ação.
Perguntas interessantes, dias quentes e brilhantes.
Sentir um pouquinho de medo, guardar um segredo.
Passear de manhã, sentir cheirinho de hortelã, pensar no dia de amanhã.
Ter amigos assim, você pensar em mim, ver chegar ao fim.


ALGUMAS COISINHAS QUE ALGUMAS PESSOAS FAZEM
Maria Paula Coser Zamin, 5ª série

Algumas coisinhas que algumas pessoas fazem é...

Pentear o cabelo, viver sem aparelho, se olhar no espelho.
Olhar para o sol, brincar com um caracol, rimar isso com aerosol.
Estar na moda, brincar de roda, herdar o arco e a abóboda.
Ir ao céu de foguete, nadar de colete, perder um dente.
Comer picolé de nata, usar regata, brincar em uma cascata.
Ter uma vida boa é fazer isso à toa!


RIMAS DE MONTÃO
Amanda Marcon, 5ª série

Gosto de chimarrão, tomo café com pão, vou ao shopping no domingão.
Uso saia rodada, ando de mão dada com a garotada.
Gosto de berinjela, uso saia de cor amarela, gosto da cor da aquarela.
Gosto da Pucca, como cuca, não ando de fuca.
Gosto de flor, ando de trator, tem coisas que eu tenho horror.

 
24 COISINHAS LOUCAS QUE FAZEM A DIFERENÇA
Carolaine Grigollo Dallanora, 7ª série

Visitar um amigo, ter um inimigo, sair do castigo.
Pipoca de chocolate, comer abacate, cachorro que late.
Escrever um diário, ser solidário, arrumar o armário.
Vestido de renda, desfilar como prenda, ter uma agenda.
Brincar na chuva, comer uva, perder uma luva.
Usar brinco, molhar o zinco, contar até cinco.
Desenhar um rabisco, comer marisco, fazer um risco.
Amar sem querer, perder sem saber: o que irá acontecer?


COISAS QUE ME DEIXAM FELIZ
Isabella Spagnol, 6ª série

Jogar futebol de sabão, ganhar um balão.
Ajudar os outros, alimentar alguns touros.
Conversar sem motivo, ficar emotivo.
Rir por nada, se sentir “acabada”.
Conversar sozinha, tirar erva daninha.
Virar louca, gritar até ficar rouca.
Comer chocolate, passear de iate.
Brincar de avião, amar você de montão.
Dançar, zoar, surfar.
Brincar, namorar.
E terminar, começar um “era uma vez” como o livro de português.


Estou super feliz com as produções dessa turminha maravilhosa da Oficina! Estão todos de PARABÉNS pela criatividade e pelo empenho que demonstraram ao realizar esta tarefa. Valeu, pessoal!
A seguir, mais listinhas poéticas...

Um beijo:
Maura.


sábado, 15 de outubro de 2011

Mandando a tristeza pro lado de lá

No terceiro encontro da Oficina, ocorrido ontem, dia 14/10, falamos sobre outro sentimento que faz parte de nossas vidas: a tristeza. Para refletirmos sobre o assunto, lemos e interpretamos o poema Pássaro em vertical, de Libério Neves.

Pássaro em vertical

Cantava o pássaro e voava
                  cantava para lá
voava para cá
voava o pássaro e cantava
de
      repente  
                   um
                           tiro
                                   seco
            penas fofas
            leves plumas
            mole espuma

            e um risco
            surdo
               n
               o
               r
               t
               e
               -
               s
               u
               l

Antes de discutirmos o poema, cada aluno imaginou um pássaro e suas características: o que ele gosta de fazer, onde ele vive, se ele é livre ou se tem um dono, etc. Após, realizamos a leitura do poema acima e acredito que todos foram tocados pela situação apresentada por ele (muito diferente daquela imaginada pelo grupo). Os alunos também responderam questões por escrito sobre o poema e, abaixo, reproduzo algumas das respostas fornecidas:

1) Leia no poema os versos que nos informam que o pássaro foi atingido por um tiro.
a) O que o formato que os versos adquirem nesse momento nos lembra?
 "O formato nos lembra a queda do pássaro." (Isabella, 6ª série)
"A imagem de um pássaro sendo atingido por um tiro." (Rafaela, 7ª série)

b) A partir da resposta anterior, é possível afirmar que existe uma relação com a forma dos versos e o fato do pássaro ter sido atingido por um tiro?
"Sim, pois primeiro, quando estava vivo, ia de lá para cá, e depois simplesmente mostra palavras, dando a impressão de que ele está caindo." (Gizela, 6ª série)
"Sim, porque as palavras mostram o movimento que o pássaro faz." (Angela, 6ª série)

2) Observe os seguintes versos: "penas fofas / leves plumas / mole espuma / e um risco / surdo". O que você entende por "risco surdo"? 
"Quer dizer que ele caiu sem vida, ou seja, morto." (Vitória, 7ª série)
"Está mostrando que o pássaro caiu sem vida, sem cantar nunca mais." (Marina, 7ª série)

3) Observe o título do poema: Pássaro em vertical.
a) O que você entende por esse título?
"Que o pássaro está caindo" (Carolaine, 7ª série)
"Que o pássaro está em vertical, ou seja, caindo" (Rafaela, 7ª série)
"Que ele está morrendo" (Laura, 5ª série)

b) Que outro título você daria ao poema?
 "Triste fim" (Felipe, 6ª série)
"Felicidade pode durar pouco" (Mário Henrique, 7ª série)
"A vida de um pássaro" (Fernanda, 6ª série)
"De lá pra cá, de norte a sul, do começo ao fim" (Gizela, 6ª série)
"Alma depenada" (Vitória, 7ª série)
"Morte cruel" (Angela, 6ª série)

4) Se você pudesse resumir esse poema em uma palavra, qual seria?
 "Silêncio" (Marina, 7ª série)
"Tristeza" (Isabella, 6ª série)
"Seria a palavra COMEÇO, pois a morte é o início do fim" (Gizela, 6ª série)
"Susto" (Fernanda, 6ª série)
"Solidão" (Giulia, 5ª série)
"Mistura" (Tauany, 6ª série) - segundo ela, essa foi a palavra escolhida pela mistura de situações ocorridas no poema: no início, o pássaro é livre e está voando; no fim, ele é atingido por um tiro e morre.


Pássaro em vertical é um exemplo de poesia concreta, pois o formato de seus versos tem tudo a ver com o fato que está sendo representado: a morte do pássaro. Quem desejar conhecer outras poesias concretas, indico o site do poeta Sérgio Capparelli: http://www.capparelli.com.br/. Há um livro na Biblioteca, de sua autoria, que traz esse tipo de poesia: chama-se 111 poemas para crianças. Vale a pena retirar!

Outra dica: quem desejar obter mais informações sobre o poeta Libério Neves, pode acessar o seu site, que é http://www.liberioneves.com.br/.

Gostei muito do resultado das atividades e aproveito esta postagem para parabenizar todos os participantes da Oficina por sua dedicação e envolvimento com as propostas. Continuem acompanhando o blog, pois, nos próximos dias, estarei postando as listas poéticas produzidas pelos alunos. Já adianto: estão excelentes!

Um abraço a todos!